Será possível comprar a pílula abortiva online e fazer um aborto sem consultar o médico
- Em Portugal, a interrupção da gravidez, por via cirúrgica ou medicamentosa, tem de ser realizada ou acompanhada por um médico.
- No caso do aborto medicamentoso (possível até à 9.ª semana de gravidez, calculada a partir do 1.º dia da última menstruação), a mulher toma um primeiro comprimido (mifepristone) na consulta médica. Nessa consulta irão entregar quatro comprimidos (Misoprostol), sendo que esta segunda medicação pode ser feita em casa. No entanto, deve ter sempre disponível ajuda médica rápida em caso de complicações.
- A pílula abortiva Mifepristone só pode ser obtida em hospitais e nas clínicas que realizam interrupções de gravidez. A medicação com o princípio ativo indutor de trabalho de parto chamada Misoprostol, que é administrada depois do Mifepristone, também está sujeita a receita médica.
Posso fazer um aborto em casa? – Teste para si!
Está prestes a fazer um aborto medicamentoso em casa ou está a considerar se esta pode ser uma opção para si. Pode até já ter os comprimidos consigo, mas ainda está hesitante em tomá-los. A sua situação atual é certamente tudo menos fácil ... Aqui pode responder a 3 perguntas sobre a sua situação e receber uma análise de acompanhamento no seu ecrã.
É possível fazer um aborto sem médico?
Em Portugal, a interrupção voluntária da gravidez tem de ser supervisionada por um médico, conforme previsto na lei. A realização de um aborto sem a presença de um médico é considerada uma infração à lei.
O motivo para tal são os riscos para a saúde e, por conseguinte, as regras servem para proteger a saúde da mulher grávida. Na pior das hipóteses, um aborto ou tentativa de aborto sem um médico pode levar a complicações potencialmente fatais, como infeções ou perdas elevadas de sangue.
Neste sentido, é necessário ter em conta as seguintes etapas relativamente ao aborto:
- uma consulta prévia
- acompanhamento médico durante a interrupção da gravidez
- consulta de seguimento médico
A consulta prévia
Antes do aborto, o médico determina a semana exata de gravidez. Isto porque um aborto medicamentoso, por exemplo, só é realizado até à 9.ª semana de gravidez (calculada a partir do 1.º dia da última menstruação) por razões médicas.
O médico determina também se a gravidez está intacta. É possível excluir, por exemplo, uma gravidez ectópica, que pode pôr a vida em risco se não for tratada. Neste caso, é normalmente necessário efetuar uma operação.
Durante a consulta prévia a um aborto, são também discutidas outras questões importantes para a saúde da mulher como, por exemplo, as contra-indicações, ou seja, as circunstâncias em que um aborto medicamentoso não pode ser realizado. Estas incluem, por exemplo, alergias ao princípio ativo mifepristona, problemas graves de asma, distúrbios de coagulação sanguínea ou peso muito baixo. Se a mulher tiver o grupo sanguíneo Rhesus negativo, pode também ser necessária uma injeção profiláctica antes do aborto.
Acompanhamento médico durante a interrupção da gravidez
Durante o aborto propriamente dito, é altamente recomendável a assistência médica para benefício da mulher. Sobretudo no caso de um aborto cirúrgico. No entanto, mesmo no caso de um aborto medicamentoso, em que os comprimidos são tomados em casa, deve existir ajuda médica nas proximidades, caso surjam complicações. Além disso, o processo de aborto é acompanhado por um médico.
As diretrizes da AWMF (Associação das Ordens das Ciências da Medicina na Alemanha) também recomendam que uma pessoa de confiança esteja presente. Esta recomendação visa o bem-estar físico e psicológico da mulher.
Consulta de seguimento
De seguida, duas a três semanas após o aborto, é realizado um exame médico de seguimento. Este exame determinará se algumas partes do embrião permaneceram no útero após o aborto. Se for esse o caso, é necessário um tratamento posterior (geralmente uma raspagem).
Hoje em dia, também estão disponíveis análises à urina para determinar se a hormona da gravidez hCG ainda é detetável, o que seria um indicador de que a gravidez ainda se mantém. No entanto, em última análise, a ecografia é a única forma de reconhecer se ocorreu uma interrupção completa da gravidez.
Mais informações sobre como atua a Mifepristone e o processo de um aborto:
Posso comprar a pílula abortiva Mifepristone (online) sem receita médica?
Visto que um aborto deve ser supervisionado por um médico, a pílula abortiva Mifepristone só pode ser obtida junto de médicos ou clínicas que realizam abortos. Por conseguinte, a Mifepristone não é sujeita a receita médica e não pode ser comprada nas farmácias.
Também os medicamentos com a substância ativa que induz o parto, o misoprostol, só são administrados pelo médico no âmbito de um aborto medicamentoso. O médico determina a dosagem exata e o momento da administração. Isto pode variar de mulher para mulher, pelo que também aqui é altamente recomendável o acompanhamento médico.
Mais informações
Aborto medicamentoso em casa através de teleconsulta / telemedicina
Em Portugal, a interrupção voluntária da gravidez só pode ser realizada sob controlo médico em qualquer circunstância; a mulher deve sempre deslocar-se a um consultório ou clínica para os exames preliminares e de acompanhamento, bem como em caso de complicações. Não existe nenhuma clínica em Portugal que pratique o "aborto assistido por telemedicina".
Para algumas mulheres, um aborto em casa parece mais simples e fácil devido ao ambiente familiar.
No entanto, apesar das consultas via Internet, a mulher ainda se encontra mais sozinha durante um aborto assistido por teleconsulta. Isto pode ser particularmente perturbador em situações emocionalmente desgastantes ou em casos de incerteza. A nossa experiência de acompanhamento mostra que o processo de aborto e qualquer eventual tratamento posterior são mais difíceis se a mulher estiver sozinha.
Em caso de insegurança ou vontade de ter cuidados de saúde mais próximos, convém, portanto, ponderar bem este ponto com antecedência.
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