Separação sem drama?
Antes de mais, é importante dizer: não existe um único e melhor caminho para uma separação — tal como também não há um manual de instruções.
Quando a decisão de se separar já foi tomada — por uma das pessoas ou por ambas — surgem, muitas vezes, muitas emoções: tristeza, raiva, desilusão, medo, ou até, num primeiro momento, uma sensação de choque.
Enquanto para algumas pessoas é possível terminar uma relação de forma respeitosa e sem palavras duras, para outras pode haver muitas lágrimas e discussões. Provavelmente, nunca é algo fácil.
Neste artigo partilham-se algumas reflexões e sugestões gerais que podem ser úteis num momento de separação.
Sinceridade, consideração e um “bom” encerramento
Especialmente numa fase de separação, a sinceridade e a consideração são fundamentais para ambas as partes.
É importante comunicar de forma honesta à outra pessoa as razões pelas quais a separação acontece. A clareza e a verdade ajudam ambas as partes a encerrar melhor este capítulo.
Apesar de tudo, é possível procurar não ferir ainda mais a outra pessoa.
Com o tempo, muitas vezes há gratidão por parte de ambos, quando a situação não se descontrola e não se criam novas feridas — simplesmente porque uma das pessoas, ou ambas, conseguiram manter a calma.
Também para a própria mulher pode ser positivo, a longo prazo, sentir que conseguiu encerrar esta etapa com serenidade e consciência tranquila.
A outra pessoa não pode ser mudada, mas é importante conseguir olhar-se a si própria nos olhos
Numa separação — e, por vezes, mesmo antes dela — nem sempre vêm ao de cima os lados mais positivos de uma pessoa. Pode acontecer que o ex-companheiro não aja de forma justa, que use palavras que magoam ou até que tente causar sofrimento.
Mesmo que isso seja doloroso e perturbador, é recomendável procurar não descer ao mesmo “nível”. Não é possível mudar o comportamento do outro, mas é possível cuidar da forma como se reage — no que se diz e no que se faz.
Cabe a cada um decidir se responde a uma ofensa com outra ofensa, a uma acusação com mais acusações — alimentando assim um ciclo que só traz mais dor.
Por isso, vale a pena refletir: como quer agir e quem quer ser neste momento? O que está em sintonia com a sua essência e de que outra forma poderia talvez responder?
Contacto amigável ou afastamento total?
Isso depende muito da situação.
Quando há filhos em comum, pode ser importante encontrar uma forma saudável de se relacionar, pensando no bem das crianças — por exemplo, evitando falar mal uma da outra.
Em relações nas quais houve abuso físico ou psicológico, ou mesmo violência, e em que foi muito difícil conseguir separar-se, pode ser altamente recomendável cortar completamente o contacto.
Também quando as feridas ainda são muito profundas e há a sensação de que é preciso tempo para que a dor possa começar a sarar, muitas vezes não há necessidade de manter contacto.
É perfeitamente legítimo tomar distância e dedicar-se agora a si própria e à sua própria vida 💪.
Esse afastamento pode ajudar a processar a separação, a viver o luto e a abrir espaço para um novo começo.
Cuidar de si e tratar-se com carinho é, neste momento, o mais importante.
Com o tempo, surgirão cada vez mais respostas a estas perguntas:
- O que aprendeu sobre si própria, apesar de toda a dor?
- O que é realmente importante na sua vida e em que quer colocar agora o foco?
- Que pessoas lhe fazem bem e quem gostaria de ter (de novo, ou mais perto) na sua vida?
- O que tem sentido falta ultimamente — que relações ou atividades poderia voltar a retomar?
- Quase nenhuma separação acontece sem motivo. Em que aspetos sente talvez até uma sensação de libertação ou alívio?
- E talvez até agora se tenha definido muito através da relação, mas há muito mais em si. Redescubra-se. Quem é, para além disso? O que a caracteriza? Que capacidades traz dentro de si?
Desejamos de coração tudo de bom 💚
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A Profemina baseia-se nos princípios fundamentais: Empatia, Respeito e Confiança.